As lavadeiras de Almenara enfrentaram um verdadeiro drama no final de 2015: a falta dágua nas torneiras das duas lavanderias comunitárias. A Copasa cortou o fornecimento, por quase dois meses, porque a Prefeitura Municipal, responsável pela construção e administração dos espaços de trabalho das lavadeiras, não vem pagando a conta, há anos.
No dia 9 de janeiro o compositor Carlos Farias se reuniu na sede da Copasa, em Belo Horizonte, com o Dr. Gilson de Carvalho Queiroz Filho (Diretor de Operação Norte) para cobrar resposta a uma carta encaminhada pela Associação Comunitária das Lavadeiras de Almenara no dia 28 de dezembro, solicitando uma solução para o problema. O documento foi assinado por 51 lavadeiras. Ele informou que a companhia assumia o compromisso de fornecer mensalmente 150 mil litros de água para cada uma das lavanderias comunitárias, sem ônus. O que passar desse limite seria cobrado da Associação, que passou a ser responsável pela conta.
Depois disso aconteceu uma reunião no Ministério Público em Almenara, reunindo representantes da Prefeitura, da Copasa e da Associação das Lavadeiras. Foi redigido e assinado um Termo de Ajustamento de Conduta, onde cada parte assumia suas responsabilidades. A Prefeitura se comprometeu em reformar os dois prédios, corrigir problemas hidráulicos, zelar pela segurança e realizar atividades educativas com as lavadeiras, visando evitar o desperdício de água.
As lavanderias foram construídas na década de noventa e cumprem uma função social muito importante na cidade. Lá trabalha dezenas de mulheres, a maioria arrimo de família. Elas sustentam maridos, filhos e netos com a força dos seus braços. Algumas cantam no famoso Coral das Lavadeiras.