DEVOÇÃO – UM OUTRO OLHAR SOBRE A VIDA

Aender Reis – percussionista

Correria, loucura, tensão, tem que dar certo, vai dar certo, pois estamos preparados. Uma corrente, incentivo, pedidos, oração. As cortinas se abrem, começa o DEVOÇÃO! Qual um sacerdote, Carlos Farias puxa a “procissão”, entoando uma música, que se não me falha a memória, é um canto das guardas de congado. O público assiste a tudo, meio que hipnotizado: A MAGIA ESTÁ NO AR! Seguro com fé minha medalhinha de São Jorge Guerreiro, e peço permissão a todos os santos para fazer do palco, meu altar, meu terreiro. A cada música, uma surpresa, o público, visivelmente emocionado com tamanha verdade naquelas senhorinhas que antes lavavam roupas cantando, e agora, ali no palco, eram as divas, as cantoras que lavam roupas

Veio o primeiro convidado, do qual é impossível descrever, pois tamanha grandeza, genialidade e energia (coisa de Gnomo), qualquer tanto de palavras, é muito pouco. Ninguém mais ninguém menos que João Ba, o menino que vem brincar no mar… O segundo convidado, um “caboclo” quem veio lá de Olhos D’água para nos inundar com sua viola mágica e sua voz inconfundível. Só não digo que sua voz é inimitável, porque eu mesmo a imito, ou como ele mesmo diz, remedo, como demonstração do profundo carinho e respeito que tenho por ele.. Trata-se do grande, querido e não menos genial, o “cumpádi” Wilson Dias! Passadas as duas maravilhosas e mega especiais participações, o show foi chegando ao final, mas a cada segundo, deixando aquele gostinho bom do quero mais!

Pronto, o show acabou. Mas as emoções só estavam no começo: no foyer, a fé, a devoção cantada pelas lavadeiras foi codificada em carinhos, lágrimas e depoimentos emocionados dos mais de mil espectadores daquela que, para mim foi, sem sombra de dúvidas, a noite mais impressionante de todos esses trinta e três, quase trinta e quatro anos de minha existência. AGRADECIMENTOS? Sim: A Deus, Oxalá, Zambi, Tupã, Buda, Jáh, todos os santos, minha família, e lógico, aos queridíssimos Carlos Farias e Beatriz Farias, por terem visto em mim a capacidade de estar nas percussões, tanto do disco quanto do show; às amáveis, apaixonantes lavadeiras cantoras/cantoras lavadeiras, simplesmente pelo fato de existirem; à banda maravilhosa, composta por músicos sensacionais, como Maestro Ivan Virgílio, Pedro Gomes, Sanráh, Zé Geraldo e o Mestre Carlinhos Ferreira; à Jucélia, na pessoa de quem agradeço a todos da produção, luz, som. Acharam que eu iria esquecer né? MUITO, MAS MUUUUITO OBRIGADO MESMO A VOCÊ, QUE FOI, SE EMOCIONOU, CANTOU, RIU, CHOROU, DANÇOU E TENHO CERTEZA, VOLTOU PRA CASA COM OUTRO OLHAR SOBRE A VIDA!

Responses are currently closed, but you can trackback from your own site.

Comments are closed.