PREFEITURA DE POÇOS DE CALDAS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Assessoria de Projetos
Em 25 de setembro de 2006
Exmº Sr. Carlos Farias
Ainda ecoam em meus ouvidos aquelas vozes expressivas da verdadeira Cultura de Almenara. E, mais do que isso, ainda sinto o arrebatamento com que conquistaram o público, por seus modos simples e autênticos de representar um povo que é o rosto das nossas Minas Gerais.
Citando a simpatia, a comunicação fácil e verdadeira, quero parabenizar: Adélia Barbosa Da Silva, Ana Isabel Da Conceição, Emília Maria De Jesus, Juracy Lima Da Silva, Mirian Fernandes Pessoa, Santa De Lourdes Pereira, Sebastiana Dias Silva, Teresa Fernandes De Souza Novais, Valdenice Ferreira Santos.
Certamente o Sr. Carlos Farias, autor deste Projeto, pesquisador e diretor musical pode se considerar uma pessoa de sucesso, pela singularidade da ação e exemplaridade do Projeto. Encanta-nos ainda o que este Projeto faz pela auto-estima das cantoras e pelo seu envelhecimento saudável e feliz. Parabéns, Sr. Carlos!
Tenho certeza de que em sua própria cidade, a feliz Almenara, este grupo conta com o apoio e prestígio que merece, por parte das autoridades constituídas, pelo povo e pelos meios de comunicação, uma vez que leva tão longe o nome da terra natal, fazendo-a conhecida pelo que ela tem de mais precioso: o ser humano. Ligar o rádio e ouvi-las, deixará qualquer um orgulhoso e feliz, cantando junto ao Nordeste de Minas.
Como poçoscaldense, mineira e brasileira, tenho que oferecer meus sinceros votos de sucesso permanente, felicidades a todo o grupo, por mim e por toda a nossa Poços de Caldas, Sul de Minas. Foi, no mínimo, o máximo, ter Almenara tão perto de nós.
Agradecida, espero a oportunidade de vê-las outras vezes.
Com toda estima e consideração,
Atenciosamente,
Maria Lúcia S. Pellachin Lemos
Assessora de Projetos
Prezado Carlos,
Fomos apresentados por nossa amiga Marília Salgado, aqui no BDMG na semana passada. Naquele momento, não tinha ouvido ainda o BATUKIM BRASILEIRO. Uma rápida folheada no livreto mostrara-me que a primeira audição exigiria toda minha atenção, em momento adequado. Este momento chegou na Sexta-feira Santa. Foi um momento mágico (perdoe-me o lugar-comum). As vozes, em sua harmoniosa naturalidade; o tratamento instrumental, rico de arte bem dosada e sensibilidade desmedida, mas respeitoso, amoroso mesmo, para com aqueles temas preciosos, valorizando climas e “afetos” sem acréscimos desnecessários ou indevidos; a percussão rica, mas que se limita a valorizar a própria fortuna rítmica implícita ou evocada nas cantigas; o clima geral de alegria pela realização notável; cada detalhe; as flautas do Carlos Ernest; o sax do Ivan …
E, se não for fazer injustiça às outras, aquela preciosidade especialíssima que é a RUA DAS PEDRINHAS, conservada por Deus na memória de D. Crisolina e de D. Lia Lavadeira. Esta, especialmente, arrancou-me lá do fundo, onde estavam adormecidas, memórias felizes da infância.
Tive o privilégio raro (em alguém nascido em Belo Horizonte) de ter vivido minha primeira infância numa vila distante e muito pobre. Morava defronte a uma fonte, onde as lavadeiras trabalhavam cantando, algumas delas (como minha querida D. Irene, a mesma imagem de Juracy que está no livreto) vindas do Vale do Jequitinhonha com essa riqueza na memória.
Poucas vezes a música me trouxe tanta emoção. Obrigado, muito obrigado, por registrar, com tanta riqueza, este tesouro das nossas Minas Gerais.
Cosme Damião de Souza Marinho – junho de 2002